Das novidades anunciadas, umas da que eu mais esperava!
O ColdFusion 9, de code-nome Centaur, na minha opinião apresenta-se com um pacote de inovações técnicas na sua infra-estrutura que remetem à força e dedicação da Adobe em torná-lo cada vez mais uma plataforma competitiva em relação a outros servidores de aplicação disponíveis no mercado.
As novidades desta versão, conforme o que já foi publicado oficialmente pela Adobe (há mais, acreditem), deixam isso bem claro. Faço abaixo meus comentários pessoais a respeito de cada recurso:
Mapeamento de Objetos Relacionais (ORM)
A idéia é diminuir a necessidade de implementação personalizada e geralmente repetitiva para que se obtenha consistência e agilidade no desenvolvimento de aplicações no que se refere à dados. Com este recurso, de uma forma bastante simples o ColdFusion irá expor ao desenvolvedor, a partir de uma configuração bastante simples, objetos que representam dados do banco de dados, considerando a relação existente entre os mesmos.
Hoje, para atingir uma situação/ambiente de desenvolvimento semelhante, utilizo o framework Transfer-ORM desenvolvido, mantido e disponibilizado por Mark Mandell.
Infelizmente acho que códigos que exponham tal recurso ainda não podem ser publicados, mas se você deseja ter uma prévia do que será este recurso no ColdFusion 9 Centaur, conhecer o Transfer-ORM é uma boa introdução.
Melhorias na linguagem em sí
Até mesmo para expor o recurso de mapeamento de objetos relacionais (orm) citado acima, a linguagem necessitava de implementações. Haja visto que o próprio Transfer-ORM acaba pecando em alguns dos seus aspectos internos e capacidade de integração com outras camadas da aplicação, justamente por algumas limitações que o CFML/CFScript apresentavam até então. No caso do Transfer-ORM isso é notável principalmente quando implementa-se uma integração com o Flex/AIR por exemplo. Em resumo, é necessário criar algumas soluções alternativas para integrar os objetos gerados pelo Transfer (os TransferObjects) às capacidades AMF (Remoting/LiveCycle) do ColdFusion.
Essas melhorias na linguagem são basicamente:
- Possibilidade de escrever componentes (CFCs) totalmente utilizando CFScript
- Palavra chave “new” para simplificar o instanciamento de componentes bem como sua inicialização
- Palavra chave “import” para definir o acesso a objetos de dependência em um componente
- Definição explícita de getters e setters (métodos com diretivas get/set)
- Definição de um escopo para variáveis locais que simplificará até mesmo a estrutura de um componente
- CFFINALLY e CFCONTINUE que complementam a logica do TRY/CATCH e LOOPs
- Enfim, a eliminação das diferenças entre CFTAGs e CFSCript
Ao mesmo tempo que temos que avaliar que isso tudo é extremamente positivo em termos de recursos, capacidade e robustez do ColdFusion, acho que foi importante a preocupação em manter a simplicidade do CFML em sí afim de que o ColdFusion não perca a agilidade da programação declarativa.
Outro fator importante é a proximidade de sintaxe, na questão dos scripts, da estrutura de código e da lógica que será possível de se implementar com o CFSCRIPT em relação às tecnologias concorrentes. Creio eu que além de diminuir uma resistência – que é imediata em relação as TAGs – aumenta a capacidade de se compreender o ColdFusion por parte de desenvolvedores PHP, ASP/.Net, Java, etc.
Serviços ColdFusion expostos ao Flex/AIR através de bibliotecas AS3 específicas (SWCs)
Como desenvolvedor Flash/Flex/AIR, este para mim é o principal recurso que fará diferença no meu dia-a-dia a respeito do ColdFusion 9 Centaur. Vários recursos, que não sei se já podem ser citados publicamente ainda por isso não o farei agora, que hoje dependem de uma implementação manual e repetitiva de aplicação para aplicação, já será abstraída pelo ColdFusion, permitindo o consumo direto desses recursos por meio de objetos em uma API definida em AS3 que poderá ser implementada nas aplicações como RSLs (Runtime Shared Libraries) assinadas digitalmente, que farão parte do framework compartilhado de distribuição única, ou seja, que o usuário baixa uma única vez ao primeiro acesso à aplicação Flex (o AIR não necessita desse download adicional).
Este recurso será certamente considerado um grande diferencial na adoção do ColdFusion para integração com Flex em aplicações RIA robustas.
Método “onServerStart” no Application.cfc
Bom, para quem é usuário do CF e já implementa o Application.cfc em suas soluções, a importância já é implícita. Mas enfim, dá ao desenvolvedor a capacidade de executar uma rotina personalizada na inicialização de um servidor.
Para ler dados oficiais do anúncio e candidatar-se a Beta Tester, visite a página dedicada ao lançamento no Adobe Labs:
http://labs.adobe.com/wiki/index.php/Centaur
Adicionalmente, eu não poderia deixar de comentar que ainda espero que exista alguma novidade em relação a politica comercial do ColdFusion. Mas como ainda estamos em fase de discutir o produto em sí, o que nos resta é aguardar.
De qualquer forma, repito, na minha opinião a Adobe encontrou várias formas de justificar e reforçar o diferencial do ColdFusion em relação aos seus concorrentes. E digo isso sustentando que eu mesmo me surpreendi.